Lindolf Bell (Timbó SC 1938 - Blumenau SC 1998) publicou seu primeiro livro de poesia, Os Póstumos e as Profecias, em 1962. Na época, cursava Dramaturgia na Escola de Arte Dramática, em São Paulo SP. Em 1963 participou na Expressão de Novos Poetas, com poemas-murais, na biblioteca paulistana Mário de Andrade, e publicou Os ciclos. Foi integrante do Movimento da Catequese Poética, em 1964, e autor do roteiro cinematográfico A Deriva para o filme experimental de Juan Seringo, em 1965. Em 1968 declamou poemas no Show Contra, no Teatro Ruth Escobar, São Paulo SP.
Poste:
DA NOITE
II
Dentro da noite
o rosto se recolhe.
Dentro da noite
o corpo se assume.
Dentro da noite irmã.
Dentro do ima da noite.
Dentro do imo da noite anônima
onde o precário
palpita nas taquaras.
Noite do corpo
não da imagem do corpo.
Do corpo exposto às tatuagens de viver,
ao sereno
e às quimeras
e à sala do reconhecimento.
Noite de sempre, noite de nunca,
da sempritude,
noite verbal.
Noite passada a limpo,
noite passada a sujo.
Noite de fibras,
noite de febres.
Noite verbal, vertebral,
pano de fundo de selvas frutas
suaves seios,
noite fracionada, friccionada ao longo
do desejo de infinita face.
Nenhum comentário:
Postar um comentário